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Lucas Benício

Ubirajara – José de Alencar



O livro Ubirajara foi o ultimo romance indianista de José de Alencar, sendo escrito em 1874 depois das famosas obras O Guarani e Iracema. O escritor e politico cearense despensa apresentações, possuindo notório reconhecimento no âmbito nacional e regional, nasceu em Messejana no ano de 1829 e foi o fundador do romance nacionalista, destacando-se também por ser o patrono da cadeira fundada por Machado de Assis na Academia Brasileira de Letras.


José de Alencar empregou em suas obras uma forma própria e inovadora no uso da língua portuguesa, era nítida sua intenção de firmar o conhecimento a cerca da cultura nacional na busca de evoluir a literatura do país. Ubirajara caracteriza-se pelo o intuito de resgatar a nacionalidade, onde o índio é o centro da história, extinguindo o protagonista na figura do herói europeu, desta forma, o nativo representa a base da formação da nação brasileira em meio ao viés do romantismo. Portanto, a obra restabelece a figura do índio e defende sua cultura.


A lenda da origem da nação Ubirajara iniciasse com o jovem índio araguaia Jaguarê, que necessita derrotar um inimigo de valor para se tornar um guerreiro, visto que é chegada a idade necessária. Na busca por este oponente de valor, Jaguarê cruza o caminho de Pojucã, um temível guerreiro da nação tocantim, uma árdua e longa batalha é travada, na qual o caçador araguaia sai vencedor conquistando o titulo de guerreiro e tornando-se Ubirajara, o senhor da lança.


Ubirajara sucede seu pai e torna-se o chefe da nação araguaia, cabendo a ele escolher a virgem que tomaria como esposa. Jandira a virgem mais bela de sua tribo a quem lhe foi prometida em casamento seria a favorita, no entanto, o guerreiro se encanta por Araci, a estrela do dia, uma índia da tribo tocantim que o faz ir até a tribo inimiga disputar seu amor. Valendo a lei da hospitalidade Ubirajara não revela seu nome e adota o nome de Jurandir.


O combate nupcial tem por vencedor Jurandir, que ganha a mão de Araci em casamento e revela seu nome, então é chegada a grande reviravolta do romance, no qual em detrimento do amor segue-se a guerra entre as tribos, onde o herói Ubirajara é colocado a prova e desafiado a mostrar-se justo e honrado, cabendo a ele na batalha final promover a união dos arcos e consequentemente das nações.


Em suma, o romance trás o viés de José de Alencar, se opondo aos textos jesuítas e trazendo o mito do bom selvagem, fazendo uma releitura do nativo brasileiro. A obra é dividida em nove capítulos e narrada em terceira pessoa, trazendo-nos a imagem do Brasil primitivo em tom épico, com uma trama de amor e honra que fixa o leitor. A linguagem é rebuscada com expressões indígenas, que somadas à forma de escrever de José de Alencar podem aparentar uma leitura difícil, mas que não é. O misticismo da cultura indígena junto aos costumes, como o canto heroico dos guerreiros, as denominações e tantos outros elementos fazem deste livro uma obra sensacional.


 

Gostou da resenha ?! Se ainda não leu esse clássico, recomendo muito!

Para entrar em contato acesse ler.ufc@gmail.com

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