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Diálogo de Culturas - Leandro Karnal

O projeto LER - Literatura, Engenharia e Reflexões inicia um novo ciclo, a seguir se encontram resenhas feitas pela nova equipe de bolsistas de textos presentes no livro "Diálogo de Culturas" de Leandro Karnal.

Texto - Porque era ele, porque era eu

Resenha - Eduardo Coelho

Por que era ele, por que era eu é um texto que foi escrito por Leandro Karnal. Historiador, escritor e colunista da estadão, escreveu este texto no ano de 2016.

Na obra o autor busca mostrar o valor da amizade. Ele faz uso de diversos exemplos históricos para expor o seu ponto de vista partindo do princípio de como surge uma amizade e como esta pode ser desenvolvida. Partindo do exemplo mais famoso que é a amizade desenvolvida por Jesus e João batista, que mesmo possuindo laços de sangue por serem primos, desenvolvem uma conexão que vai além do fator genético, sendo João considerado por Jesus um verdadeiro irmão.

A amizade é então descrita pelo autor como um sentimento que não pode ser explicado ou mensurado. É então axiomático pensar que a amizade sendo uma relação desenvolvida por confiança, afinidade e cumplicidade não se torna possível explicá-la de forma racional.

O autor também frisa como a amizade pode ser afetada por decepções muitas vezes causadas por egos que entram em conflitos. Exemplos como Oswald e Mário de Andrade nos mostram que palavras podem destruir até fortes amizades, uma vez que estes tenham sido verdadeiramente amigos.

Sendo assim, esse tipo de relação pode ser caracterizada como um conjunto de fatores que podem ser a chave para o desenvolvimento de uma amizade. Saber o momento certo de falar e de ouvir, buscando entender sempre o ponto de vista do outro, é um elemento chave para ser um bom amigo. Muitas vezes a outra pessoa consegue lhe entender melhor do que você próprio. Ter paciência e empatia é outro ponto colocado pelo autor para o desenvolvimento da relação, boas amizades assim como tudo na vida, demandam tempo e esforço para serem construídas, e quando egos e vaidades conseguem ser controlados, e uma humildade e sinceridade são colocadas nessa mistura, forma-se um laço forte de companheirismo além de uma relação genuína e verdadeira.

Uma opinião minha é que uma amizade verdadeira consegue reunir todos esses preceitos. Ao confiar em alguém como um amigo, você consegue expor sua verdadeira face, e quando isso acontece, é extremamente gratificante quando se observa a afinidade criada. Na história temos diversos exemplos de irmãos de sangue que não conseguiram desenvolver laços afetivos, como Caim e Abel, Rômulo e Remo, exemplos fraternos que acabaram em tragédias, mas como o próprio autor mostrou, quando os egos conseguem ser controlados, e existe humildade, cumplicidade e paciência, criam-se exemplos maravilhosos do que uma boa amizade pode resultar.

Texto - Porque era ele, porque era eu

Resenha - Luan Victor

O texto aborda a questão da amizade a partir de breves lembranças históricas sobre grandes pares de amigos ao longo dos tempos. Logo no começo, Karnal retoma a amizade familiar entre Jesus de Nazaré e o apóstolo João. Os dois, juntos, talvez sejam um modelo perfeito do que seja uma amizade verdadeira e real, e o autor parte dessa relação para apresentar-nos outras conhecidas amizades mundiais. A amizade dos filósofos franceses Michel de Montaigne e Étienne de la Boétie, a trágica relação afetiva dos pensadores Jean Paul Sartre e Albert Camus e mesmo o triste fim da amizade entre os modernos escritores brasileiros Mário de Andrade e Oswald de Andrade servem para nos lembrar que só há amizade quando há respeito e uma forte ligação entre duas pessoas que, apesar dos defeitos, amam-se e buscam seguir uma relação de afeto, admiração e carinho – mas com intimidade suficiente para dar uns puxões de orelha quando for realmente necessário. Karnal cita três importantes condições para se ter um amigo: a capacidade se observar e continuar em frente, o tempo e o controle do próprio orgulho. De fato, são detalhes fundamentais na hora se analisar se uma pessoa é ou não nossa amiga. Eu mesmo já pensei, por muitas vezes, que alguns fossem amigos meus, mas no fundo, não atendiam a nem mesmo uma única dessas três condições e, na verdade, eram apenas colegas. No final das contas, o autor aborda essa reflexão para questionar justamente essa dualidade: os nossos amigos são realmente amigos ou na verdade são apenas conhecidos? É uma questão fundamental. A amizade não existe só com uma pessoa, é necessário que as duas sejam correspondentes. E, para isso, é necessário que haja, de fato, maturidade e convívio para manter uma relação no mínimo respeitável. Portanto, é sempre importante lembrar: amizade é coisa rara, quase escassa, os amigos verdadeiros são poucos e únicos, o que exige cuidado e amor mútuo. É um dos melhores presentes da vida.

Texto - As corujas invisíveis do crepúsculo

Resenha - Lucas Benício

Confesso que a principio escolhi para a minha reflexão o texto As corujas invisíveis do crepúsculo, texto de Leandro Karnal, devido ao tom poético que o titulo nos sugere. A grosso modo pode-se dizer que o texto trata sobre o envelhecimento, no entanto, não gosto desse tipo de generalização e posso dizer que encontrei nele a poeticidade que procurava.

No inicio o autor explana o implacável envelhecimento com a melancolia de que significa o fim da jovialidade e que a vida será mais triste a partir de então, chegando a parafrasear Shakespeare, o qual pediu que a beleza de sua amada fosse poupada da devastação cronológica.

O autor chega a propor que nosso medo ao envelhecer é relacionado à decadência física, quanto mais a ficha vai caindo, mais velho torna-se o espirito, quero dizer que talvez a sociedade repreenda velhos com o espirito jovem. Com o passar do tempo mais maturidade é adquirida, no entanto, nem todos se tornam sábios, embora todos tenham algo a ensinar, como o autor diz jovens chatos serão velhos chatos.

Em suma, trata-se de como cada um encara o processo, envelhecer não significa abdicar de uma vida feliz, quando o autor sugere que a velhice torna as pessoas invisíveis, basta saber usufruir disto, desde a apreciar o mundo ao redor de forma mais experiente, até focar nas pessoas que realmente importam, desta forma o poeta Shakespeare terminou conformado, pois como é dito no filme Interestelar, de Christopher Nolan (2014), “O amor é a única coisa que transcende o tempo e o espaço”.



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