O Grande Encontro – 20 anos
Nossa memória tem a capacidade de guardar cheiros, sabores, momentos e no meu caso, principalmente sons. Me lembro perfeitamente de ouvir Alceu Valença tocando no rádio, enquanto minha Vó me preparava uma boa Bruaca. Na vida do nordestino, a presença da música é muito importante, não é à toa que eu poderia citar aqui vários e vários nomes de grandes artistas que compõem a mística música nordestina. Hoje nós iremos nos atentar naqueles que para mim, são a santíssima Trindade de sua geração. Alceu, Elba, Geraldo e o seu grande encontro. Desde bastante jovens, a presença dessas três figuras nos palcos do Brasil era vista como quase mágica. Alceu com seu jeito quase que divino, com uma personalidade tão forte que você pensa de imediato, “Rapaz, eu queria ser amigo dele”. Geraldo com seu talento quase que onipotente no palco, encanta de imediato até aquele que nunca o ouvira. Elba, com uma voz impecável, que com certeza se Deus existir, esse dom foi dado a Elba diretamente do Céu. O álbum “O grande encontro” teve a ideia de juntar grandes personalidades da música nordestina dos meados dos anos 80/90. Dentre esses artistas, podemos citar obviamente Alceu, Geraldo, Elba e o grande Zé Ramalho. A primeira reunião dos artistas aconteceu em 1996 e 20 anos depois o projeto foi retomado com cara nova, mas mantendo tudo aquilo que era esperado em uma obra com os três. O repertório do Grande encontro é formado por músicas autorais dos artistas e algumas interpretações de obras nordestinas. Podemos citar algumas que não podem passar despercebidas por você como Tesoura do Desejo, Moça Bonita, Dona da Minha Cabeça e Bicho de sete cabeças. Por fim, falar desse álbum é muito fácil, pelo menos pra mim. A Santíssima Trindade da música nordestina emociona, anima e principalmente cativa todos aqueles que sabem apreciar a subjetividade de sua obra.
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