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  • Rayssa Carneiro

Coisas da Vida - Martha Medeiros



Martha Medeiros é uma das colunistas brasileiras de maior sucesso da atualidade. Coisas da vida reúne textos publicados nos jornais Zero Hora e O Globo, entre setembro de 2003 e setembro de 2005. Em suas crônicas a autora tenta analisar e descrever as manias, as paixões e os sofrimentos de nossa sociedade urbana e moderna, fazendo um retrato de nossa época.


Algo muito interessante na escrita da cronista é que ela se inclui em suas opiniões e relatos de tantas coisas da vida. O livro é uma verdadeira coleção de relatos, histórias, impressões e experiências sobre diversas coisas da vida, e por isso não há nome melhor para essa seleção de crônicas.


“A única coisa que nos imortaliza – mesmo – é a memória de quem amou a gente.” (O sentido da vida)


Outros pontos que penso ser interessante e pude notar desde o outro livro de crônicas da autora já lido por mim e com resenha já publicada no blog, Montanha Russa, são as referências que a escritora e narradora usa em seus textos. Ela cita músicas, filmes e outras formas de arte de maneira que é impossível ler seus livros e não conhecer algo novo ou modificar a perspectiva de algo já conhecido. Ela sempre passa essas referências ao leitor de forma instigante e fluída, com um texto dinâmico e sincero.


"Às vezes me sinto uma anciã, lamentando o quanto a vida está ficando miserável. Não se trata apenas dos miseráveis sem comida, sem teto e sem saúde, o que já é um descalabro, mas da nossa miséria opcional. Abreviamos sentimentos, abreviamos conversas, abreviamos convivência, abreviamos o ócio, fazemos tudo ligeiro, atropelando nosso amor próprio, nosso discernimento, vivendo resumidamente, com flashes do que outrora se chamou arte, com uma ideia indistinta do que outrora se chamou liberdade. Todos espiam todos, sabem da vida de todos, mas não conhecem ninguém”. (Abreviados)"


As crônicas tem uma escrita engajada, mas não maçante. Pode-se dizer que seu texto aborda muitos extremos de nossa vida, as tristezas e as alegrias, tudo em uma sinceridade arrebatadora; situações que, vergonhosas ou não, devemos assumir que já passamos (ou que iremos passar um dia).


O diálogo é direto e simples, e nem por isso deixa de abordar assuntos complexos como a sociedade moderna, maternidade, solidão, feminilidade, envelhecimento, relacionamentos, amores e desamores (inclui-se aqui o amor próprio).


“Só uma delas está realmente sozinha: a que não tem amor, a que não está com a vida preenchida de afetos...” (Percepção de solidão)


Fica aqui então a dica dessa coleção de crônicas que nos faz ver pequenos momentos do nosso cotidiano de forma diferente, nos levando a refletir sobre nossas escolhas e sobre nosso modo de viver.


 

Esperamos que tenham gostado!

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