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Dalila Almeida

Clube de Leitura Especial: Setembro Amarelo

No dia 18 de setembro tivemos uma edição do Clube de Leitura do LER em menção ao Setembro Amarelo, que é uma campanha de prevenção ao suicídio encabeçada pelo Centro de Valorização da Vida, o Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Mesa do LER



No volume dessa edição tivemos textos de Ana Miranda, Socorro Acioli, Martha Medeiros, Cecília Meireles, Matt Haig, Rubem Braga; texto autoral do coordenador do projeto, Luís Gonzaga Rodrigues Filho; letras de canções de Almir Sater, Gonzaguinha, Legião Urbana, Cazuza; tirinha do Snoop e do Harold, e um depoimento de um familiar de um aluno da UFC que cometeu suicídio ano passado (esse texto está disponível na aba “Reflexões”).



A letra da canção Via Láctea do grupo Legião Urbana fala metaforicamente de se sentir triste e de sempre haver motivos para continuar, por mais extrema que seja a situação.


“Quando tudo está perdido Sempre existe uma luz Quando tudo está perdido Sempre existe um caminho Quando tudo está perdido Eu me sinto tão sozinho Quando tudo está perdido Não quero mais ser quem eu sou Mas não me diga isso Não me dê atenção E obrigado por pensar em mim”


Concomitante à canção, na página anterior, temos o texto Carta a Uma Amiga Triste da escritora cearense Socorro Acioli.


“Querida, você me perguntou como ficar livre dessa tristeza e onde poderia jogar esse sentimento ruim. Eu não sei. Talvez, por enquanto, em lugar algum. Fique com ela um pouco. Os períodos sem alegria mostram coisas que a gente não vê quando está feliz. Deve ter alguma utilidade nisso.

[...]

Eu não sei, minha amiga, o que você pode fazer porque cada tristeza tem seu jeito e seus motivos. Eu também tenho as minhas. Mas é preciso começar de alguma forma. Talvez olhar para o espelho, dizer em voz alta que dia é hoje. Dia, mês e ano. Focar nesse dia, trabalhar por ele, ler o jornal, pensar nas eleições do ano que vem – as coisas podem melhorar depois disso. Usei quinhentas palavras para tentar te responder o que fazer com a tristeza e poderia ter usado só duas: estou contigo. ”


O Poeta Recluso de Ana Miranda, para falar de um autor cearense Francisco Carvalho, evoca grandes nomes da literatura nacional e internacional: Franz Kafka, Rubem Fonseca e Dalton Trevisan.


“Mas nem só de beleza e memória se faz sua poesia. Há crítica, revolta, ironia, e há o humor da inteligência. Disse ele [Francisco Carvalho], um dia, falando da sua construção poética: ‘Sem indignação não se produz boa literatura’. E ele investe contra o mundo, contra a burocracia, os mísseis, o olho da serpente, as teias de mitos, as vaidades... Contra o fato de não haver mais lugar para a poesia no mundo atual. Mas a matéria de seu canto é o barro, o barro da infância, o barro de Russas, o barro de si mesmo. E escreve poemas tão excelentes e emocionantes que abençoam qualquer timidez ou reclusão. ”


Outro texto da mesma autora presente neste volume é Leitura: Prazer e Hábito, onde, como o título sugere, fala do hábito da leitura como um prazer mas como uma necessidade para o desenvolvimento das pessoas.


“Mas a questão do hábito da leitura existe, e precisa de tudo aquilo dito acima: verbas, planos, projetos. Porque a leitura, além de ser um prazer de alguns, precisa ser hábito de todos. É uma questão de sobrevivência. Para viver numa sociedade letrada, é preciso dominar a linguagem, a fala, a comunicação. Para aprender, é preciso saber ler. Para responder a uma questão de matemática é preciso saber ler o enunciado da questão. Para se formar em qualquer matéria, é preciso saber ler. E para aprender a ler, é simples: basta ler muito e sempre. A leitura ensina a ler.”


Assassina de Matt Haig é um trecho do livro Razões Para Continuar Vivo. Neste livro o autor conta um pouco de como lidou com a depressão. É um livro que traz textos leves mas que em nenhum momento deixa de abordar a ideia central, ele fala de situações extremas, de forma concisa de sentimentos e sensações; de como o apoio de sua então namorada, a arte e a atividade física foram decisivas na sua recuperação.


Esses foram alguns dos textos visitados no Clube do dia 18 de setembro. Esperamos que gostem!

Lembrando que aceitamos sugestões de textos, basta nos mandar um email com a sugestão. Pode ser autoral ou não.



Lista de textos:

O poeta recluso – Ana Miranda. Caderno Vida & Arte do Jornal O Povo.

Leitura: prazer e hábito – Ana Miranda. Caderno Vida & Arte do Jornal O Povo. https://www20.opovo.com.br/app/colunas/anamiranda/2013/12/28/noticiasanamiranda,3182507/leitura-prazer-e-habito.shtml

Carta a uma amiga triste – Socorro Acioli. Caderno Vida & Arte do Jornal O Povo.

Via Láctea – Legião Urbana.

Mal nenhum – Cazuza.

Feliz por nada – Martha Medeiros. Felicidade Crônica, L&PM Pocket.

O que é, o que é o que é? – Gonzaguinha. https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/463845/

Você – Luís Gonzaga Rodrigues Filho. Texto autoral.

Depoimento – Tia de aluno da UFC. Texto autoral.

A arte de ser feliz – Cecília Meireles. Escolha o seu sonho. Editora Record.

Assassina – Matt Haig. Razões para continuar vivo. Editora Intrínseca.

Tocando em frente – Amir Sater.

A borboleta amarela – Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas, Editora Record.



Gostou do texto? Quer escrever pra gente ou sugerir uma leitura? Manda um email para ler.ufc@gmail.com.

Boa leituras!

Até mais :)



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