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Kilvia Taligian

1º CLUBE DE LEITURA DO 2º SEMESTRE DE 2019.


O Clube de Leitura do LER voltou a promover os tão aguardados encontros. Dia 21 de agosto foi o primeiro desse semestre, e como sempre, foi maravilhoso e energizante desfrutar desse momento de leituras e reflexões. Nesta edição, tivemos a deliciosa oportunidade de debater textos que falavam sobre diversas temáticas.


O primeiro texto, intitulado O pássaro Azul, do escritor norte-americano Charles Bukowski, usa a ideia de um animal preso no peito, como uma forma de representar sentimentos reprimidos e uma tentativa de controlar as emoções. Esconder talvez possíveis fragilidades que, de alguma forma, evidenciam frustrações vividas pelo autor. A forma como o autor trabalha o texto aproxima o leitor, já que mostra a realidade através do olhar de quem vive de fato as dificuldades impostas àqueles que vivem à margem da sociedade.


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Bukowski, nasceu na Alemanha, mas mudou-se aos 3 anos para os Estados Unidos. Teve uma infância difícil, com um pai autoritário e uma mãe submissa, sofreu abusos físicos, o que possivelmente contribuiu para que ele começasse a beber cedo.


Charles Bukowski


Conhecido popularmente como “Velho safado”, foi um escritor polêmico, pois escrevia sobre a realidade dos subúrbios americanos. Abordava temas como sexualidade, prostituição, porres, relacionamentos. Seus textos são carregados de simbologias e críticas.



Outra leitura, uma crônica da escritora Marina Colasanti, “Eu sei, mas não devia”, fala um pouco sobre a perda da essência humana, em como nos acostumamos a não perceber situações que deveriam ser perceptíveis. Foi um texto bastante discutido, e ficou muito nessa seara da acomodação. Refletimos sobre como estamos cada vez mais condicionados a deixar as coisas no automático, e sem perceber deixar o tempo passar, perder o horizonte de possibilidades, esquecer alguns desejos e anseios. Outro ponto citado foi a valorização do “ter” em detrimento do “ser”, algo bastante comum atualmente.



Marina Colasanti

 

Já imaginou ser surpreendido por uma chuva de poesias enquanto caminha pelo centro da cidade?


A crônica “Do dia em que choveu poesia”, é um relato sobre chuvas de poesias no centro de Fortaleza, um acontecimento especial e cheio de ludicidade.


O autor dessa crônica, Raymundo Netto, é um escritor cearense, quadrinista e produtor cultural. Em 2004, recebeu o Prêmio de Incentivo à Publicação e Divulgação de Obra Inédita na categoria Romance com “Um Conto no Passado — cadeiras na calçada”, lançado em 2005. Como quadrinista foi premiado, em 2014, pelo seu roteiro em concurso promovido pela EditoraMythos em parceria com a Pênalti, São Paulo. Já em 2016 foi finalista do prêmio Jabuti, considerado o mais tradicional prêmio literário do Brasil.


Raymundo Netto


Lendo “Do dia em que choveu poesia”, todos viajamos um pouco, tentando imaginar como teria sido aquele dia. Tentando captar a magia trazida por um banho de poesia. E como será molhar-se de poesia?! Deve dar uma sensação de alma lavada.


"As pessoas paravam na rua, juntavam-se, aproximavam-se às portas das lojas, sorriam uma para as outras, trocavam impressões... Entre elas, eu que chovia, imaginava ali, naquela papelança, um pouco de mim e de alguns amigos. Via-lhes o rosto; sentia-lhes a alma a invadir o terreno monótono da incredulidade."

"No caminho, decidi escrever esse registro, cronicamente correto, para que, daqui a alguns anos (uns cem talvez), alguém possa degustar as saudades desse tempo e lembrar, afinal, acredito: quem consegue lembrar, guarda o mundo dentro de si!”


 

“Educados para ler”, da escritora Ana Miranda, foi mais uma crônica maravilhosa. Ela introduz falando em como foi difícil sua adolescência com a falta de liberdade imposta pela ditadura. Fala dos protestos que costumava fazer com seus colegas. Mais tarde, quando mãe, a filha casa-se com um estrangeiro americano, e Ana Miranda começa a passar temporadas nos estados unidos, onde a filha passou a morar com os netos. Ela disserta sobre a relação admirável que os americanos tem com a leitura. A seriedade e o compromisso com os livros e a leitura, desde os primeiros anos na escola, ajuda a construir uma sociedade mais ciente dos seus deveres e direitos. Eles aprendem, através da leitura, a organizar ideias, construir ótimos textos e desenvolver senso crítico.




fotografia do planeta Terra tirada em 14 de fevereiro de 1990 pela sonda Voyager 1

Finalizamos o clube com um texto do Carl Sagan, "Pálido Ponto Azul", inspirado na fotografia do planeta Terra tirada em 14 de fevereiro de 1990 pela sonda Voyager. Um texto sensacional, que mostra o quão pequenos somos diante da imensidão que é o universo.

Com o texto foi possível refletir bastante acerca do egoísmo e egocentrismo humano. Nos debruçamos em disputas políticas, começamos guerras em busca de poder, lutamos para conseguir cargos em empresas, desvalorizamos a natureza em detrimento da tecnologia e economia. Ignoramos o fato de que, não temos outro planeta para ir, e mesmo assim estamos destruindo o nosso. E isso tudo por nada. Pois diante de toda a imensidão do cosmos, não somos nada. Ao invés de aproveitarmos a vida, gastamos energia com detalhes e questões dispensáveis.


Abaixo, um vídeo com a narração do texto:


Esses foram os textos visitados no Clube do dia 21 de agosto. Esperamos que gostem!


Lembrando que aceitamos sugestões de textos, basta nos mandar um email com a sugestão. Pode ser autoral ou não.






Lista de textos:


O pássaro Azul - Charles Bukowski

Eu sei, mas não devia - Marina Colasanti

Do dia em que choveu poesia - Raymundo Netto

Educados para ler - Ana Miranda





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