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Visita ao Museu de Arte da UFC

Ontem (25) o LER promoveu uma visita ao Museu de Arte da UFC (MAUC). Com toda certeza foi uma experiência engrandecedora para todos, sendo proporcionada uma aproximação entre alunos dos cursos de engenharia da UFC e o mundo das artes, além de conhecer mais sobre grandes nomes da arte cearense e toda a historicidade que cerca cada período de atuação dos artistas.


Os professores do Departamento de Integração Acadêmica e Tecnológica (Diatec) Natália Maria Cordeiro de Barros e Antonio Paulo de Hollanda Cavalcante, juntamente com o coordenador do LER, professor Luis Gonzaga Rodrigues Filho, foram os responsáveis pela organização da visita, que se iniciou com o acolhimento e apresentação da diretora do museu, Graciele Siqueira.

Graciele explicou toda a história do MAUC, que começa nos anos 50 como uma ideia do então reitor e fundador da universidade, Martins Filho, que desejava unir as obras de grandes artistas locais para valorizar a cultura cearense "do regional para o universal" de forma que artistas locais teriam suas obras reunidas com obras de grandes nomes nacionais e internacionais. Toda essa realidade gerou o clima para a criação do museu que conta hoje com um acervo de cerca de 7000 peças.

FOTO MARTINS FILHO

Já na entrada para o museu é possível observar uma obra que chama a atenção, o Cristo de Zenon Barreto é uma obra grandiosa, tanto em tamanho quanto nas sensações que provoca.


FOTO CRISTO

Além disso, inicialmente são apresentadas obras de artistas que estiveram diretamente relacionados com a história do museu, o espaço Os Fundadores. Sérvulo Esmeraldo, por exemplo, é um artista cearense muito reconhecido e respeitado internacionalmente e auxiliou na aquisição das primeiras peças para o acervo do MAUC.


A xilogravura é uma técnica de origem chinesa em que o artesão utiliza um pedaço de madeira com o desenho desejado entalhado e o preenche com tinta. Essa técnica foi trazido ao Brasil pelos portugueses e se popularizou na região nordeste, sendo bastante usada como ilustrações nos cordeis. Na Sala de Arte Cearense, uma das nove salas do museu, é possível observar diversas xilogravuras de artistas como Francisco de Almeida, quadros de vários artistas como Otto Cavalcanti, Jorge Luis e Estrigas, além de pinturas e esculturas de Zenon Barreto, representando Dom Quixote e Maria Bonita . Além de obras de José Tarcísio feitas com a técnica da litogravura, uma varição da xilogravura com o uso de pedra ao invés de madeira.


Na Sala de Arte Estrangeira somos apresentados à obras de Fernad Léger, Hans Hartung, Jacques Villon e até mesmo Pablo Picasso. O artista chinês Katsukawa Schuncho tem quadros seus expostos que apresentam a beleza e delicadeza das gueixas, além de retratar outros artistas chineses.

Somos levados a uma grande galeria, a sala de Cultura Popular, onde estamos próximos a uma das maiores coleções de xilogravura do Brasil, são diversas peças de nomes como Stênio Diniz, Abraão Batista e Mestre Noza além de muitas coleções de pequenas esculturas de Amaro Rodrigues, Mestre Vitalino e João Antônio de Souza que apresentam um teor bastante regionalista, com predominância da presença de cangaceiros, do Padre Cícero e todo o cotidiano do sertanejo.

Chico da Silva nasceu no Acre em 1910 e faleceu em Fortaleza, em 1985. Foi pintor e desenhista. Começou a desenhar a carvão e giz sobre muros e paredes de casebres de pescadores por volta de 1937, aqui em Fortaleza. Na década de 40, sob o incentivo do crítico e pintor suíço Jean Pierre Chabloz, iniciou-se na pintura à guache e juntamente com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, expôs na Galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, em 1945. Entre 1961 e 1963, Chico trabalhou no recém-criado MAUC. Hoje, possui uma sala inteiramente dedicada a algumas de suas obras que demonstram de forma clara a influência da sua infância no norte.

Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras (CE) em 1922 e faleceu em São Paulo, em 2006. Em 1941, participou da criação do Centro Cultural de Belas Artes, em Fortaleza, com Antonio Bandeira, Raimundo Cela, Inimá de Paula e Mario Baratta, sendo um espaço para exposições permanentes e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a chamar-se Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP. Tem presença do MAUC com sua sala bastante colorida e cativante. Suas obras consistem em desenhos, xilogravuras, aquarelas e pinturas com traços precisos mas com formas distorcidas, sendo comum a presença de gatos, galos e cangaceiros. Aldemir também foi ilustrador, tendo seus trabalhos em livros de grandes nomes da literatura como Jorge Amado e Graciliano Ramos.

Antonio Bandeira nascem em Fortaleza em 1922 e faleceu em Paris, em 1967. Como já dito, participou com outros artistas da fundação da Sociedade Cerense de Artes Plásticas. Ganha bolsa para estudar Belas Artes em Paris mas o academicismo não o agrada, indo trabalhar com importantes artistas franceses. Voltando ao Brasil, já renomado internacionalmente, participa da 1ª Bienal de São Paulo. Suas obras são abstracionistas, incorporando respingos e emaranhados de cores caóticos mas ao mesmo tempo com cores que se harmonizam e trazem uma sensação surpreendentemente tranquila. Sua sala no MAUC é uma das mais belas do museu.

Sem dúvidas a sala mais marcante da visita foi a de Descartes Gadelha. As sensações provocadas pelas obras desse artista não serão esquecidas. Descartes nasceu em Fortaleza em 1943, é escultor, pintor, escritor, desenhista e músico, sendo o MAUC um dos grandes detentores de suas obras.


Percebe-se que em cada uma de suas obras está expressa a sua visão de mundo, retratando a morte, os catadores de lixo que vivem em lixões, os meninos que usam drogas e até fatos históricos como a Guerra de Canudos, o confronto entre exército brasileiro e os integrantes de um movimento popular de cunho religioso liderado por Antônio Conselheiro. O movimento foi derrotado com grande parte de seus integrantes sendo mortos.


Descartes Gadelha traz uma visão crua dos eventos de Canudos, como corpos sendo enterrados e cabeças decepadas. Além disso, suas esculturas mostram a devoção que existia a Conselheiro e a união entre os moradores do arraial de Canudos.

Gostaríamos de agradecer à toda a equipe do Museu de Arte da UFC, aos professores que nos auxiliaram para que a visita acontecesse, e claro aos alunos que confiaram no projeto e foram aproveitar esse momento em que saíram da zona de conforto e puderam observar grandes obras de arte que provocaram a reflexão e passaram diversas mensagens. Muitas outras visitas virão, fica ligado!


"Foi uma ótima experiência, certamente despertou em mim a vontade de visitar outros museus!"

- Everton Jhons, aluno de engenharia civil


"Eu gostei muito! Principalmente da obra A Festa, do Aldemir Martins."

- Tereza Melo, aluna de engenharia civil


"Muito acolhedor e interessante o museu, recomendo visitar!"

-Júnior Tavares, aluno de engenharia de energias renováveis

 

Participaram da visita:


Tereza Margarida - Engenharia Civil

Everton Jhons - Engenharia Civil

Victor Hugo - Engenharia Civil

Rayssa Carneiro - Engenharia Civil

Marcos Maia - Engenharia Civil

Isis Magalhães

Júnior Vidal - Engenharia de Energias Renováveis




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