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Música e Engenharia Civil

O Engenheiro Civil possui um amplo campo de atuação mas a área tradicional com certeza é aquela voltada para a construção civil. Um livro bastante relacionado com esse tema se chama Habitação - Um tema na discografia da MPB de Renato Phaelante. O livro é uma seleção de letras de músicas que tratam da casa em seus diversos aspectos. É possível perceber as diferentes perspectivas que o conceito de habitação possui através das décadas, além do contexto histórico e social que cerca cada música. Uma leitura interessante!

Selecionamos algumas letras:

A Casa - Vinícius de Moraes

Era uma casa

Muito engraçada

Não tinha teto

Não tinha nada

Não se podia

Entrar nela não

Porque na casa

Não tinha chão.

Ninguém podia

Dormir na rede

Porque na casa

Não tinha parede

Ninguém podia

Fazer pipi

Porque penico

Não tinha ali.

Mas era feita

Com muito esmero

Na rua dos bobos

Número zero

A Casa do Sol Nascente - Agnaldo Timóteo

A casa dos meus sonhos

É feita de ilusão

E vive sempre cheia de amor

Amor e solidão

A casa dos meus sonhos Virá para aquecer

Minha alma sempre a te esperar Num lindo alvorecer

Eu sei que este sol Vai um dia aparecer

Na luz que existe Em teu lindo olhar Pra minha alma iluminar

A casa dos meus sonhos É feita de ilusão

E vive sempre cheia de amor Amor e solidão

Eu sei que este sol Vai um dia aparecer

Na luz que existe Em teu lindo olhar Pra minha alma iluminar

Adeus Pernambuco - Luiz Gonzaga

Oi mano, a saudade é de matá Oi mano, tou maluco pra voltá

Adeus Pernambuco A saudade é de matá Adeus Pernambuco Tou maluco pra voltá

Deixei lá na porta Da minha choupana Com os óio vermêio Com beijo na boca Minha pernambucana Peguei meu cavalo Toquei as ispóra Sem oiá pra trás Parti para longe Pensando que nunca Voltava lá mais

Saudade que aperta Que dói, que maltrata De uns óio vermêio De um beijo na boca De um luar de prata Meu Deus, se eu pudesse Fazer o que manda O meu coração... Voltava pra lá Ou trazia pra cá Todo o meu sertão

A Flor do Meu Bairro - Nelson Gonçalves

A flor do meu bairro Tinha o lirismo da lua Morava na minha rua Num chalé fronteiro ao meu Eu conheci O seu primeiro amor A sua primeira dor E o primeiro erro seu Lembro-me ainda O bairro inteiro sentiu A flor ingênua sumiu Com seu amor, o seu rei E eu que era Seu primeiro namorado De tão triste e apaixonado Nunca mais me enamorei Hoje depois de alguns anos Eu encontrei-me com ela Na rua dos desenganos Menos ingênua e mais bela Ela fingindo desejo A boca me ofereceu E eu paguei por um beijo Que no passado foi meu A minha história é vulgar Mas algo fica provado Nem sempre o primeiro amor É o primeiro namorado

Linda Flor - Zélia Duncan

Ai, Ioiô Eu nasci pra sofrer Fui oiá pra você meus óinho fechô E quando os óio eu abri Quis gritar, quis fugir Mas você Eu não sei por que você me chamou Ai, Ioiô Tenha pena de mim Meu Sinhô do Bonfim pode inté se zangar Se ele um dia souber Que você é que é O Ioiô de Iaiá Chorei toda noite Pensei Nos beijos de amor que eu lhe dei Ioiô meu benzinho do meu coração Me leva pra casa, me deixa mais não

Ai Que Saudade D'Ocê- Zeca Baleiro

Não se admire se um dia Um beija-flor invadir A porta da tua casa Te der um beijo e partir Fui eu que mandei o beijo Que é pra matar meu desejo Faz tempo que eu não te vejo Ai que saudade d'ocê

Se um dia ocê se lembrar Escreva uma carta pra mim Bote logo no correio Com a frase dizendo assim Faz tempo que eu não te vejo Quero matar meu desejo Te mando um monte de beijo Ai que saudade sem fim

E se quiser recordar Aquele nosso namoro Quando eu ia viajar Você caía no choro Eu chorando pela estrada Mas o que que eu posso fazer Trabalhar é minha sina

Eu gosto mesmo é d'ocê

Fogão de lenha - Chitãozinho e Chororó

Espere minha mãe estou voltando

Que falta faz pra mim um beijo seu

O orvalho das manhãs cobrindo as flores

Um raio de luar que era tão meu

O sonho de grandeza, ó mãe querida

Um dia separou você e eu

Queria tanto ser alguém na vida

Apenas sou mais um que se perdeu

Deixe um bule de café em cima do fogão

Fogão de lenha, e uma rede na varanda

Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar As coisas que falou quando eu saí Lembro do meu pai que ficou triste E nunca mais cantou depois que eu partí Hoje eu já sei, ó mãe querida Nas lições da vida eu aprendi O que eu vim procurar aqui distante eu sempre tive tudo e tudo está ai

Pegue a viola, e a sanfona que eu tocava

Mãe eu lembro tanto a nossa casa

Banditismo por uma questão de classe - Nação Zumbi

Há um tempo atrás se falava de bandidos Há um tempo atrás se falava em solução Há um tempo atrás se falava em progresso Há um tempo atrás que eu via televisão

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabeluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabeluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela A polícia atrás deles e eles no rabo dela Acontece hoje e acontecia no sertão Quando um bando de macaco perseguia Lampião E o que ele falava outros hoje ainda falam Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala Em cada morro uma história diferente Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabeluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha Não tinha medo da perna cabeluda Biu do olho verde fazia sexo, fazia Fazia sexo com seu alicate

Oi sobe morro, ladeira, córrego, beco, favela A polícia atrás deles e eles no rabo dela Acontece hoje e acontecia no sertão Quando um bando de macaco perseguia Lampião E o que ele falava outros hoje ainda falam Eu carrego comigo: coragem, dinheiro e bala Em cada morro uma história diferente Que a polícia mata gente inocente

E quem era inocente hoje já virou bandido Pra poder comer um pedaço de pão todo fudido

Banditismo por pura maldade

Banditismo por uma questão de classe!

Marcha do Caracol - Quatro Azes e um Coringa

Há tanto tempo que não tenho onde morar

Se é chuva,apanho chuva

Se é sol,apanho sol

Francamente pra viver nessa agonia

Eu preferia ter nascido caracol

Levava minha casa nas costas muito bem

Não pagava aluguel nem luvas a ninguém

Morava um dia aqui, o outro dia lá

Leblon, Copacabana, Madureira e Irajá

De Volta pro Aconchego- Elba Ramalho part. Dominguinhos

Estou de volta pro meu aconchego

Trazendo na mala bastante saudade

Querendo um sorriso sincero, um abraço,

Para aliviar meu cansaço

E toda essa minha vontade

Que bom,Poder tá contigo de novo,

Roçando o teu corpo e beijando você,

Prá mim tu és a estrela mais linda

Seus olhos me prendem, fascinam,

A paz que eu gosto de ter.É duro, ficar sem você

Vez em quando

Parece que falta um pedaço de mim

Me alegro na hora de regressar

Parece que eu vou mergulhar

Na felicidade sem fim

Cidadão- Zé ramalho

Tá vendo aquele edifício, moço?

Ajudei a levantar

Foi um tempo de aflição

Eram quatro condução

Duas pra ir, duas pra voltar

Olho pra cima e fico tonto

Mas me vem um cidadão

E me diz desconfiado

"Tu tá aí admirado?

Ou tá querendo roubar?"

Vou pra casa entristecido

Dá vontade de beber

E pra aumentar meu tédio

Eu nem posso olhar pro prédio

Que eu ajudei a fazer

Eu também trabalhei lá

Lá eu quase me arrebento

Fiz a massa, pus cimento

Ajudei a rebocar

Vem pra mim toda contente

"Pai, vou me matricular"

Mas me diz um cidadão

"Criança de pé no chão

Aqui não pode estudar"

Por que é que eu deixei o norte?

Eu me pus a me dizer

Lá a seca castigava

Mas o pouco que eu plantava

Tinha direito a comer

Onde o padre diz amém

Pus o sino e o badalo

Enchi minha mão de calo

Lá eu trabalhei também

Tem quermesse, tem novena

E o padre me deixa entrar

Foi lá que Cristo me disse

"Rapaz deixe de tolice

Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra

Enchi o rio, fiz a serra

Não deixei nada faltar

E na maioria das casas

Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra

Enchi o rio, fiz a serra

Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas

E na maioria das casas

Eu também não posso entrar"

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