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  • Mariana Campos

Segundo Clube de Leitura (vol.02, 2017)


Na tarde do dia 20 de Setembro, tivemos nosso segundo Clube de Leitura. Foi bastante produtivo, os alunos que compareceram foram bastante participativos e discutiram temas como a vida após a morte, as consequências de nossos atos, o ato de ouvir, dentre outros assuntos. Mais uma vez agradecemos aos participantes e esperamos que voltem sempre!

Para começar, foi lida uma crônica de Rubem Alves intitulada Ostra feliz não faz pérola, que fala sobre o fato de uma pérola ser produzida a partir da dor da concha, visto que ao entrar um grão de areia em seu interior, a concha é machucada e consequentemente, sente dor. Para minimizar a dor, a concha produz uma espécie de massa para envolver o grão e tornar sua superfície lisa. Temos aí a pérola. A crônica trouxe bastante reflexão e sem dúvida teve uma moral marcante para todos os que estavam presentes: a partir da dor vem a beleza.

E tivemos mais duas crônicas do grande Rubem Alves sendo discutidas: Sobre o amar e o ouvir, que reflete sobre as diferenças de gênero no que se refere aos atos de ouvir e falar, sendo o primeiro naturalmente feminino e o segundo, masculino. Já a segunda crônica, As roupas do rei trata de um reino em que o rei é bastante vaidoso, sendo vítima de dois espertalhões que se diziam vendedores de tecidos mágicos. O rei compra um desses tecidos, convencido de que apenas as pessoas inteligentes podem ver. No decorrer da história observa-se a vaidade do rei e o orgulho das outras pessoas pois apesar de não estarem vendo tecido algum, não queriam admitir isso pois seria admitir que não eram inteligentes. No final, um menino grita que o rei está sem roupas e a história recebe dois finais, sendo a grande mensagem o fato de que pensar diferente sempre trará consequências.

No meio dessas reflexões de teor psicossocial, foi hora de tratar de fatos históricos e, infelizmente, atuais. O poema O Açúcar, de Ferreira Gullar trata do gosto amargo que esse alimento tem devido à sua arcaica e cruel forma de produção: os canaviais. Foi discutida essa triste realidade de muitos trabalhadores e como ainda possuímos muitos hábitos errôneos que carregamos de nossos antepassados e que não deveríamos mas iremos passar para os nossos descendentes. A discussão foi complementada pelo poema Não há vagas, também de Gullar, o qual fala sobre como, muitas vezes, o poema mostra apenas o belo, deixando de mostrar a realidade em que vivemos.

E como funciona o poema? Segundo Barulho, outra obra de Gullar lida e discutida, o poema funciona apenas se for lido. Ele é barulho que se mostra apenas a partir do momento em que é lido.

Para finalizar, lemos um dos textos que recebemos de um aluno do curso de Engenharia Civil da UFC que nos trouxe boas discussões e com certeza foi uma ótima leitura. O texto, Cidades Subterrâneas, falava sobre o ato de se libertar, construir seu próprio caminho e correr atrás dos seus sonhos, uma leitura instigante, principalmente para os recém ingressados no mundo acadêmico que ali estavam.

Lembrando que o próximo Encontro será no dia 4 de Outubro. Aguardamos vocês!

Quer mandar seu texto pra gente? Envie para ler.ufc@gmail.com.

Até a próxima!

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